
Assim analisando vemos que a própria
sociedade vem deturpando os sentidos e, principalmente, os “limites” propostos pelos trinta artigos
do pacto que visam a valorização e reconhecimento da dignidade que todos
membros da família humana devem possuir, paralelamente com a manutenção de seus
direitos fundamentados na liberdade, na justiça e na paz do mundo, entre os
povos. É que se vive hoje numa sociedade que tem na sua cultura o anseio de
almejar situações sociais propícias a beneficiar a si mesmo, não havendo aquele
desdobramento no pensamento do “todo”, de forma global. Hoje tem-se como “limites”
para um posicionamento ético, os direitos e liberdades de forma pessoal e os
deveres para com a comunidade em que se vive direcionada ao “individualismo”,
ao “eu”.
Mesmo com centenas de
iniciativas e tentativas de sanar tal desvirtuamento, a sociedade vem nos
últimos anos, ao perceber o quanto está grave a situação comportamental do ser
humano, criando inúmeros outros documentos
na busca de conseguir garantir os direitos e deveres propostos pela
Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas, pelo que se pode concluir pelas
notícias que veiculam de forma instantânea, não estão adiantando simplesmente
nada.
Como já estão acontecendo os
problemas há muito tempo, há muito tempo se busca uma solução, solução esta que
ainda não foi encontrada. Qualquer cidadão contemporâneo atualizado sabe muito
bem que nos lares, em casa, nas famílias, em decorrência de vários fatores
julgados hoje preponderantes, não há condições de se estabelecer uma escola de
cultura educativa, de bons modos, de bons relacionamentos, de respeito e, sobretudo,
de ética e cidadania. A formação e constituição de uma família também mudaram e
ela própria já não possui autonomia para trabalhar a preparação dos jovens para
estabelecimento da ordem na sociedade. E é por isso que se começa a cobrar das
escolas que não ensinem somente ciências, português, matemática, história e
geografia, mas também algo mais que extrapole a pedagogia e colabore de forma
efetiva na educação e formação cultural das crianças, ensinando-os como viverem
em grupo, respeitando, principalmente, sua família.