Quando menos se percebe, o filho, de criança, já passou a adolescente,
e, de adolescente, para adulto.
Tudo que implica na saúde e bem estar de uma criança deve
ser colocado em primeiro lugar nas decisões e opiniões dos pais, que mesmo
contendo o dom de amar os filhos, às vezes ainda pecam, promovendo situações
que geram problemas, por pensarem no futuro. Enquanto agem como pais, não se
pode de forma alguma mensurar, medir, questionar e julgar as decisões que tomam
em favor dos filhos, pois não há como imaginar uma decisão que não seja
coerente ao amor que dedicam aos filhos, com o relacionamento de afetividade,
carinho e respeito entre eles. E é pensando assim que surgem grotescos e
surpreendentes resultados: crianças que ao atingir idade adolescente começa a
reagir e se comportar de uma forma que não é esperada ou programada pelos pais,
comportamento este, carregado de afazeres e pensares incondizentes com o
desejado, isto, por eles adotarem mais as influências transmitidas pelos
amigos, pelos colegas e pelos meios de informações vindas da televisão e
internet.
É
nessa época que os pais percebem e sentem o quanto deixaram de dívida, no
montante de orientações que repassou aos filhos. Sempre achando que seria
suficiente o suporte financeiro e as condições adequadas, como; melhor colégio,
melhores roupas e outros detalhes consumistas como celulares da hora, os pais
ficam devendo aos filhos o que de mais raro e nobre poderiam doar, sem cobrar
nada em troca: o amor e o carinho, que sem dúvida, são algo que se transforma
na prática, em companheirismo, coleguismo e amizade, proporcionando uma relação
mais íntima, mais próxima, mais sincera e verdadeira.
Quando
chega à idade adolescente, o filho já é outro, autônomo, livre, sem carências
transparentes ou visíveis aos olhos dos pais, mas, cheios de visões de futuro,
futuro este inconcebível pelos pais, adultos cultuantes de uma linha de conduta
ultrapassada. Aí surge o conflito. Para o qual se chama a atenção.
As
crianças de hoje estão sendo criadas, educadas, orientadas e conduzidas de uma
forma injusta. São colocadas à mercê do modismo, da mídia e da sociedade cruel,
que não pune e ainda as incentiva aos comportamentos delineados nos exemplos de
políticos corruptos, de dirigentes desonestos, de astros e atores idealizados
no conceito de antifamília, de escolas da vida que fazem miscelânea de
ensinamentos de forma errada, e de todos outros tipos de autoridades que
apresentam atitudes suspeitas, direcionando os jovens para o caminho do mal.
Pois é!
O que os filhos querem na verdade, mesmo sem que peçam, é um acompanhamento
mais de perto, mais verdadeiro e claro por parte dos pais, pais que se escondem
e se separam dos filhos atrás da cortina do trabalho, dos afazeres e obrigações
profissionais. São desculpas esfarrapadas para acobertar o conflito apresentado
pelos jovens que não estão acatando ou se acomodando às diretrizes propostas e
impostas pelos pais, porque eles foram criados para seguirem sozinhos.
É
covardia um pai dizer: educo meus filhos para a vida, para o mundo. Pior ainda,
quando ele realmente o faz. Não é a questão de paparicar ou acobertar, mas a
presença paterna e materna têm de ser constantes e perenes, sempre independentes
de qualquer situação. Juntos, como deve ser uma família, como é uma família.
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