Não adianta juntar centenas de
prerrogativas para afirmar que os problemas vividos atualmente pela sociedade
estão nas crianças ou nos jovens, porque isso não é verdade, e pode ser
notadamente comprovada através de avaliação comportamental das pessoas
envolvidas. Basta que se analise friamente a situação e sentirá estarrecer-se
com a verdade, pois, o problema está em você, em nós, nos adultos, nos pais.
Comece
a análise por esse ponto de vista: as crianças que têm idade até 12 anos têm os
pais com idade aproximada entre 30 e 40 anos, e esses pais fazem parte de uma
geração atuante, nascida sob os efeitos das guerras, das lutas em favor de “paz
e amor”, e principalmente, ao meio dessa confusão geral gerada e gerida pelos
meios de comunicação e informatização que bagunçaram suas cabeças, numa
desordem e anarquia total. Justamente esses pais é que estão somando o
“contingente” de revoltos que compõe as notícias horripilantes que assistimos
todos os dias envolvendo mortes, roubos, assaltos e todos tipos de cenas
horrendas que são aproveitadas pela mídia e que entram em todos lares de forma
gratuita. São esses pais que fazem parte das notícias é que são responsáveis
pela educação das crianças de hoje. São esses pais desempregados, ou que malandramente
não procuram trabalho é que servem de exemplo para as crianças de hoje. São
esses pais separados, cada um vivendo de um jeito, com várias famílias, que
“tentam” educar essas crianças de hoje. São esses pais, que não dão conta nem
de sustentar uma família e arrumam outra para piorar a situação, é que impõem
regras e limites às crianças de hoje.
Então,
não são elas, as crianças, culpadas por estarem sendo criadas já com o futuro
comprometido socialmente e pessoalmente, com margens à marginalidade, fadadas
ao caos social que os próprios pais preparam para elas. Coitadas dessas
crianças de hoje.
Com
base nas teorias de Jean Piaget, precursor nos estudos comportamentais das crianças,
o ser humano assimila e aprende as coisas, comprovadamente, na fase da
infância, quando ele, como criança, deve ser preparado para absorver e resolver
questões que envolvam uma inteligência gerada pelo pensamento lógico, quando
estarão formando paralelamente seu caráter e sua personalidade, resultado
condizente com as expectativas familiares e sociais que a ele são repassadas.
O
que se apura nesse sentido é que justamente na fase de criança que os pais
deveriam trabalhar com mais frequência e pulso na educação do filho e isso,
infelizmente, não acontece, ou melhor, acontece ao contrário, por motivos que
todos sabem e lançam como justificativas para persistir no erro. Depois de
atingirem a fase da adolescência, torna-se quase impossível reverter a situação
concernente aos limites de espaço e tempo, e a aplicabilidade do respeito dos
jovens nos seus relacionamentos, pois que,
já nessas alturas, assimilaram tudo errado.
Então
para consertar a situação e evitar que as próximas gerações não sejam piores é
preciso que haja uma modificação drástica e eficaz na geração predominante de
hoje, uma reforma profunda no que diz respeito ao comportamento dos pais de
hoje. Há de se ter consenso para isso, pois, é bem mais fácil delinear limites
aos adultos que são mais racionais do que às crianças, que se espelham neles.
Os pais de hoje sim, que são “o problema” da sociedade atual. O problema está
nos pais que não têm limites e que por isso não conseguem impor limites aos
filhos.
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