A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

SERES PRIVILEGIADOS

A sociedade brasileira está vivendo um período, ou, um ciclo, no qual transbordam inúmeras dúvidas e incertezas com relação a todos desenvolvimentos humanos presentes no cotidiano, abrangendo todos setores e ambientes: política, social, funcional, saúde, educacional e o principal, que é a desvalorização e descentralização da família como um eixo importante e necessário para união e harmonização dentre as pessoas.

            Parte da sociedade com características culturais mais fortes sofre mais por não conseguirem estipular uma forma ou maneira de adotar posicionamento de coesão com as consequentes mudanças comportamentais, ou seja, não conseguem “aprovar e/ou aceitar” as mutações sociais que atingem, atualmente, um dos seus mais elevados graus de mudanças, que são aleatoriamente denominadas de novidades, ou, algumas, por alguns, de atrocidades.

            Nos meios de comunicação ressaltam o valor da geração de pessoas nascidas nas décadas de 40, 50 e 60, a geração Baby Boomers, justamente por terem essas pessoas vivido as maiores “transformações desenvolvimentistas” da humanidade, por terem nascidos ao som dos rádios, assistido televisores em preto e branco e alcançado o privilégio de poder ver fotos do nosso sistema solar e vários planetas distantes, além de viverem o desenvolvimento tecnológico com a informática e a introdução da IA (inteligência artificial) que já está influenciando todos seguimentos da sociedade. Trata-se também de uma geração que vive e viveu por dois milênios diferentes e ainda encarou uma das maiores pandemias da história.

            As adversidades das últimas décadas são muito fortes, obrigando a todos terem um “bom senso” firme e consciente para não pirarem, porque sem um equilíbrio mental seguro as noções de comportamento social se divergem e surgem então as desestruturações da família, resultando num “abalo sísmico” na estrutura social comum. Isso tudo ocorre de uma maneira até sorrateira, porque evolui de uma forma muito rápida, na velocidade da luz, pelas vielas, ruas e estradas virtuais da internet.
            As promoções de formas de vida social hoje surgem aos montes, cada uma com uma expressividade quase sem limites, sem abortar/tirar possíveis absurdos que, mesmo sendo absurdos, ainda assim são absorvidos e praticados com a maior deliberação, como uma coisa normal e essa é uma das principais características do homem atual: para essa geração se consagrar, só falta ter o privilégio de ter “contato imediato” com seres extraterrestres e passearem pelo tempo e espaço “teletransportados”.

 

Companhia Virtual

 

      As pessoas adultas vivem angustiadas por estarem dominadas pela relação incontrolada e incontrolável dos aparelhos celulares, pois que, todas suas atividades estão armazenadas em alguns bytes na memória deles. É preciso usá-lo para ver as horas, as datas, os recados dos aplicativos sociais, as notícias dos jornais, usá-lo como despertador, calculadora, cronômetro, ouvir músicas, rádios, ver televisão, vender ou comprar alguma coisa, checar seus movimentos financeiros nos bancos, passar ou receber informações sobre seu trabalho, usá-lo como telefone e outras finalidades que tornam o celular um aparelho inseparável, indispensável e constante em todos momentos de um adulto, sem levar em conta do seu uso como máquina fotográfica e estúdio de edição de fotos e selfies.

      Com tantas atividades o celular acaba ocupando todo o tempo das pessoas causando, o que podemos nomear de “isolamento virtual”, porque não sobra tempo para o contato real das pessoas, principalmente entre os familiares, situação que pode ser visualizada pelo quadro/imagem, onde se vê uma criança sentada em meio à vários brinquedos e tentando através de uma leve cutucada, chamar a atenção de um adulto, talvez pai ou mãe, que está sentado ao seu lado, mas concentrado num celular, ao invés de estarem se interagindo, brincando com ela.

       Conclui-se ser esse um dos fatores mais significativos numa possível atribulação no relacionamento das pessoas, que já acontece de forma quase ilusória, sem muita relevância, porque quando se precisa de um amigo, quando se precisa de alguém como companhia ou quando se precisa de alguém para tirar alguma dúvida, vai-se no celular. Nele tem tudo que se precisa. Basta procurar no Google!

    Até aí pode-se afirmar verdadeiras as hipóteses, que, porém, apresentam uma situação de convivência que ainda não foi assimilada por todos e principalmente pelas crianças que só passam a idolatrar os celulares porque são induzidos a isso, já que tudo que aprendem, são não mais e nada menos, que cópias das atitudes que visualizam e aprendem com os adultos. Para as crianças, se isolarem virtualmente nas telas dos celulares torna-se um procedimento que acontece deliberadamente, sem necessidade de cursos ou discursos, elas passam a gostar tanto disso, em função de verem o quanto que os adultos gostam.

Novas gerações e seus comportamentos

 

       A presença dos jovens nas escolas continua sendo efetiva, visto à cobrança das entidades governamentais, porém, essa presença não tem sido aproveitada como se gostaria, ou que se queria, porque os jovens, em boa parte, vão à escola com vários objetivos, senão o principal, que é de se interagir com colegas e professores com a finalidade de se aprender coisas boas, interessantes, cognitivas.

        Apesar da promoção, já a alguns anos, da importância da empatia e a luta contra o bulliyng, os jovens estão com um comportamento muito voltado para a violência moral, principalmente, através da "zoação", e tal zoação reflete plenamente os efeitos do bulliyng, deixando transparecer a desigualdade entre os jovens mais tímidos, educados e introvertidos e os mais atirados, maliciosos e abusados que aproveitam da situação para influenciar negativamente na autoestima daqueles mais meigos.

        Entra aí a questão da relação escola e família. Na família o jovem
tem uma deficiência em sua educação, consequência do distanciamento dentre seus componentes, já que todos se dispersam indo para a escola ou para o trabalho. O tempo de convivência familiar está muito reduzido, a tal ponto que os pais não conseguem exercer direito a sua função de transmissores de orientações para que haja uma melhor formação do caráter, personalidade e educação moral dos filhos.

        Esses fatores juntos, empobrecem a qualidade de vida intelectual dos jovens, com a perda, não só em casa, no lar, como também nas escolas, com um desenvolvimento prejudicado pelo isolamento, e talvez salvo um pouco, quando esses jovens fazem um bom uso daqueles que se tornaram um dos seus companheiros diletos, os celulares, que também podem ser problemas.

Aluno ou Estudante


 

        Há várias teorias criadas para diferenciar esses dois substantivos comuns, aluno e estudante, comuns também porque ambos se referem ao mesmo grupo de pessoas, as pessoas que frequentam relativos ambientes com a intenção e intuito de aprimorarem seus conhecimentos. Mas, com o passar do tempo, essas duas classes de pessoas vêm se divergindo, se separando e, às vezes, se tomando direções e posições controversas, distintas.

           

            Com relação ao “aluno”, considera-se as pessoas que se inserem no contexto de salas de aula, no ambiente escolar, em grande parte, como obrigação e/ou imposição da família e da sociedade, afim de que sejam considerados/classificados como alfabetizados, ou apenas para que possuam um diploma.

            Com relação ao “estudante”, este diferencia dos outros por se tratar de pessoas que aderem a ideia e o objetivo de adquirirem conhecimentos em grau e número superior ao que se assimila como aluno. Distingue-se por tornar o hábito e ato de estudar em um objetivo maior, para que consiga uma classificação social e cultural de destaque.

          


 
O aluno estuda mais para ser aprovado ano-a-ano, nos ensinos do primário ao ensino médio, ou, às vezes, até a graduação, mas o estudante não quer parar aí, ele continua lutando por novos conhecimentos, conhecimentos que o favoreça no âmbito complexo do mercado de trabalho, afim de se tornar cidadão que corresponda às ansiedades, necessidades e expectativas da sociedade em que está inserido.         O que leva à conclusão de que “aluno” são muitos, mas “estudante” são poucos, e por isso se tornando um grupo seleto, especialista em lutar em prol da formação e construção de um mundo melhor, de forma globalizada. O aluno, por outro lado, tem um objetivo mais individualista.

As máscaras caíram!

             

   Foram mais de dois anos traçados pela impotência dos seres humanos de poderem mostrar com liberdade e clareza seus rostos, suas faces, seus sorrisos, e agora, com uma sensível degradação dos efeitos “covidianos”, voltam a se mostrarem abertamente uns para os outros, abolindo o uso das máscaras. Isso sem deixar de ressaltar o caso da China, onde a cidade de Xangai, com mais de 25 milhões de habitantes, ainda está de quarentena, com a população confinada, isolada, usando de forma obrigatória e necessária, as benditas das máscaras, já que por lá ainda há uma onda de contaminação da covid-19, e lá, por tradição, como uma população que leva muito a sério tudo que faz, ainda estão sem poder ter contatos ou participações em encontros, mesmo em família, a fim de conseguirem zerar o número de infectados, com a bandeira “Covid Zero”.

            Aqui na terra de Cabral já se pode andar sem as máscaras e adentrar em ambientes fechados como supermercados, lojas ou bares, ficando exigido o uso somente em locais onde há margens mais acentuadas do perigo da contaminação, principalmente hospitais e farmácias. Mesmo assim se vê pelas ruas muita gente usando máscaras, porque querem evitar uma contaminação surpresa, já que ainda se tem registro de várias pessoas infectadas, incluindo em Lavras, onde há uma média razoável de contaminações por dia. A realidade é que a máscara ajuda na prevenção, diminuindo as chances de contaminação, já que o vírus é transmitido por meio da tosse, da fala ou qualquer respiração próxima, que possa expelir gotículas de salivas pelo ar. O pior é que vários estudos recentes apontam que essa nuvem de gotículas da saliva pode ser lançada a grandes distâncias, e que o vírus pode permanecer no ambiente até por 15 minutos.

            Por essas agravantes registradas e apuradas muitos governadores e prefeitos emitiram editais liberando o uso das máscaras, excetuando alguns locais, como já foi mencionado, mas o maior impacto para os conhecedores do assunto foi sem dúvida o caso das escolas, onde se aglomera um número muito grande de pessoas. Milhares de alunos, professores e trabalhadores na área da educação estão expostos ao vírus, já que não estão usando mais as máscaras e as aproximações entre os alunos é bem significativa, isto baseando-se no grande número de alunos que se tem dentro de uma sala de aula. Normalmente, mais de 30 alunos em uma sala, às vezes com pouca ventilação.

            Para causar mais estranheza e preocupação, além do descarte das máscaras, também está praticamente eliminado o uso do álcool nas mãos. Isso em quase todos setores, incluindo nas agências bancárias, onde o fluxo de pessoas, de diversos ramos de atividades se juntam e manuseiam as mesmas máquinas eletrônicas e usam a mesma maçaneta das portas para entrar e sair. Tanto nas aglomerações de pessoas nos bancos como nas salas de aula, são grandes os riscos de contaminação, e os números não voltam a crescer tanto, talvez devido à uma parada no número de proliferação do vírus que já sofreu várias mutações e está num estágio menos avassalador, com sequelas mais amenas.

            Atualmente, somente a China mantem a quarentena, enquanto todos os outros países do mundo já começam a desobrigar o uso das máscaras e do álcool, dando sinal de que a pandemia já acabou, o que não é a realidade, pois que, ainda são registrados muitos casos de contaminação, mesmo sem causar muitas mortes.