Com a modernidade aflorando o século 21 os termos usados para expressar algumas coisas também vão mudando, como é o caso do dia dos namorados, que já adota também o nome de dia dos ficantes.
O “Dia dos Namorados” poderia se
chamar também o “Dia do Fico”, mas isto iria de contra a outra data
comemorativa que recebe esse mesmo nome. É o “Dia do Fico” que se deu em 9 de
janeiro de 1.822, quando o príncipe regente Dom Pedro de Alcântara foi contra
as ordens de Portugal que exigiam sua volta a Lisboa, e ele resolveu contrariar
as ordens e ficar no Brasil afim de que não se transformasse o país de novo
numa colônia. A sugestão do nome é porque hoje, além do relacionamento amoroso
denominado de “namoro” onde há os componentes “namorados”, há também o
relacionamento amoroso denominado de “ficar”, no qual tem-se os componentes
chamados de “ficantes”. Seria então mais certo ser chamado de “O Dia dos
Ficantes”.
Mas
não seria justo transformar uma comemoração tão afetiva em um momento de tão
pouco apreço, já que no caso dos ficantes o relacionamento é passageiro,
efêmero, menosprezível, e quando se trata de namoro mesmo, trata-se de um
primeiro passo para um relacionamento duradouro, que promete atingir novas
etapas como o noivado e o casamento. Ficar parece que vai mais para o lado de
“juntar”.
Depois
que inventaram a condição do “ficar”, namorar ficou ainda mais complicado e não
é raro se dizer que ficar é melhor que namorar. Isso porque a situação do
“ficar” não exige muito comprometimento, satisfações ou cobranças que envolvam
a preocupação com o bem estar do outro. Entre os ficantes não há regras que
determinam tempo de duração nem quantidade de pegação, podendo isso tudo variar
de acordo com o querer de cada um, mas que, corre o risco de ir intensificando
e saindo do controle, vindo a se tornar num namoro. Só é bom lembrar que
enquanto “ficantes” não pode ser exigido exclusividade e quando namorados, é
impossível haver concorrentes. Com a transformação do ficar em namorar começa a
rolar um romantismo maior, com mais frequência, com mais intensidade, acionando
logo o sinal de alerta: O amor.
O
ficar é coisa mais para os mais jovens, menos responsáveis, pois quando adultos
brincam de ficar acabam vivendo um período de temor e medo... medo de assumirem
o peso que a palavra “namoro” tem e imprime ao relacionamento. Medo de terem
que confessar seus sentimentos ao outro, expondo também o medo de perder o
parceiro se continuar nessa de ficantes. Como ficantes pode-se ir levando o
outro na conversa, tapeando, enganando, mas dentro dos princípios do namoro,
isso é imperdoável.
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