As crianças têm seus conhecimentos avaliados pelos professores, que, por
sua vez, são avaliados pela escola, e a escola, avaliada pela secretaria de
educação. E os pais não são avaliados, mesmo sabendo-se que eles são os
professores responsáveis pelo ensino da educação social dos filhos.
Normalmente as crianças que estão
estudando o ensino fundamental, com idade infantil, questionam o porquê dos
adultos não terem que estudar como eles, visto que é o que acontece na maioria
das famílias, e, principalmente nas famílias de classes econômicas média e
baixa, quando os pais têm que dedicar seus tempos, quase exclusivamente, para o
trabalho, a fim de poder dar uma vida condizente para os seus. São poucos,
apesar do quadro apresentar no presente um número crescente, os adultos que
estudam e que possuem cadernos e livros como os jovens estudantes e que se
sentam à mesa para fazer atividades extraclasses ou deveres de casa,
o que para muitos são consideradas atividades com sentido de penalidade, para
forçar a criança a estudar mais, a se interar mais com o conteúdo dado em sala.
Então surgem aí duas visões de procedimentos colocados à prova para os pais:
primeiro é que se o pai estuda, fica bem mais fácil dele se entrosar com o
filho para realização de tarefas e atividades escolares em casa, e em segunda
opção, a exigência de um procedimento mais difícil para os pais, que é
participar, ajudando os filhos nas tarefas, mesmo estando meio que “por fora”
do assunto, do conteúdo. Essa atividade, por exemplo, pode ser resolução de
problemas de matemática ou interpretação de textos, o que já não está no
domínio de quem já parou de estudar a muito tempo.
A
“prova de fogo” para os pais é pontuada e avaliada não pela nota do filho, mas
pela eficiência com que o filho executa as tarefas e pelo grau de
responsabilidade que ele aplica nesses afazeres, criando de forma tranquila o
hábito de estudar em casa, ou de estudar para as provas. Na maioria dos casos,
se os pais não tiverem uma atitude mais firme quanto sua participação,
apoiando, incentivando e dando o suporte necessário, as crianças não irão
desenvolver o hábito de estudar, irão apenas cumprir uma obrigação, de forma
que será sempre uma tarefa em forma de castigo, penosa.
É também
nesse quesito, importante a observação dos limites visando conscientizar as
crianças de que os limites do estudo não estão fechados na escola, mas que vão
muito mais além da sala de aula, se estendendo até mesmo no seu relacionamento
com os colegas. Estudar também exige a realização de atividades específicas em
casa, como também na biblioteca e locais de visitas em grupo, como visitas à
Copasa, à Ufla, ao Museu ou uma viagem às cidades históricas próximas de Lavras.
O aprendizado exige um campo muito vasto, abrangendo todo tipo de
interpretação, memorização, cálculo, pesquisa, análise e outros tipos de
raciocínios implícitos no dia a dia que fomentam a formação do caráter e
personalidade das crianças. Então a grande prova para os pais é o cumprimento
de seu papel como monitor e condutor, e principalmente, de formador de limites,
porque é através das limitações que a criança irá delimitar seus deveres e
direitos.
A
criança é como uma pétala de rosa, singela, carente de afagos e necessitada de
constante companhia, quanto mais próxima melhor, porque ela não consegue viver
sozinha e precisa sempre de conforto e apoio, vindo de todos os lados e
direções, fazendo com que se sinta segura e livre para misturar as cores e
conseguir o tom desejado e almejado sem necessidade de haver manchas espalhadas
em sua vida. Traduzindo a metáfora: a criança tem que ser o centro de todas as
atenções, suprida de suportes para atingir uma cidadania digna, e, estudando é
o melhor caminho.
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