A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

Crianças... Coitadas...

Atualmente, quando se pensa em criação dos filhos, logo vem a preocupação com a educação, só que esta educação só se remete às conquistas de posições, lugares e situações financeiras. E esse é o grande problema de hoje, que envolve toda a sociedade e sua estrutura, indo desde o problema da fome, da delinquência infantil à velhice desamparada e frustrada, sem fomentação das necessidades básicas necessárias para uma vida digna.

Como nos países mais desenvolvidos, o que se projeta para um filho é que ele fique e permaneça o máximo de tempo possível na escola. Como já acontece hoje, aqui mesmo, as crianças vão para a escola de manhã (projeto escola integral) e voltam para casa somente à tarde, no final do dia, carregados de ansiedade e já desprovidos daquele sentimento de “esta é a minha casa”, ou, “esta é a minha família”. Se a criança vive e convive mais tempo na escola, automaticamente a escola será para ela uma referência mais significativa, mais importante, mais recheada de aventuras, de amizades, de acontecimentos e relacionamentos marcantes em sua vida. Ou seja, a família e sua casa se tornam na verdade, importantes, num segundo plano, pois já não têm essas crianças de hoje, amiguinhos e colegas da sua rua, ou se tem, só se encontram nos finais de semana, quando acontece.

Isso implica dizer que o sistema não está certo. É covardia exigir de uma criança que ela fique dez ou mais horas direto na escola, aguentando as famosas aulas em sala de aula ou dentro das bibliotecas, numa forma maçante e injusta. Injusta porque a criança, como criança, precisa brincar, ter seu espaço e tempo com a família, com seu lar, com sua rua. E o sistema nega isso a elas, propondo um programa pedagógico estressante e inadequado para seu desenvolvimento como criança.

É o sistema de governo atuante que promove essa situação, achando que as crianças gostam ou suportam essa pressão de ficarem presas na escola, separadas dos pais e parentes e ainda obrigadas a ficarem sentadas, quietinhas e comportadas numa sala por horas a fio.

É por isso que existem graves problemas no relacionamento aluno/escola, com proporções enormes de agressividade, intolerância e irresponsabilidade, provenientes desse mal estar causado pela situação forçada pelo sistema capitalista.

Coitadas das crianças. Já não têm mais hortas, não têm mais brincadeiras de rua, não têm mais contos de fadas, não têm mais nada. Mesmo os próprios pais, elas só têm num curto período do dia, porque existe ainda entre eles, a televisão: o pai chega o filho para lá para poder assistir o jornal, enquanto a mãe se concentra na novela. E o filho... Coitado, trabalha muito mais que os adultos, pois, ter que ir para a aula de manhã e só voltar de tarde, para eles, é preciso um enorme esforço...

É o resultado dos “limites” impostos por organizações que julgam, burocraticamente, quais são as necessidades e “limites” das crianças. E a educação, propriamente dita, fica no ar. Nem na escola nem no lar, fica ao léu.

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