Ser Pai ou Amigo
Pai tem de ser pai e não amigo. A função do pai é orientar e saber que talvez essa orientação não seja seguida, mesmo porque talvez não seja a certa. Hoje os pais esforçam-se por compreender, mas a história de dizer que são modernos e que aceitam tudo é uma farsa. Se conseguirem executar o papel de pais, estarão concomitantemente sendo amigos.
Não adiante achar que para se aproximar do filho o pai tem que chamar a atenção dele, chamando-o para fumar ou beber, ou simplesmente, deixando que ele faça coisas incoerentes com sua idade, só para agradá-lo. Não se pode confundir as funções de pai e amigo. A real função do pai é de orientar, informar e se impor da melhor maneira para o filho, de forma que ele possa visualizar nesse relacionamento valores de importância.
Talvez seja grotesco tratar o assunto dessa forma direta e transparente, porém, é que se faz necessário, para que haja um raciocínio aflorado de uma só vez, sem que seja trabalhado pelas conveniências (influências) que levam à comodidade e à fragilidade de errar a que todo ser humano está sujeito.
É bastante comum uma reação paterna de camaradagem e tolerância acima dos limites propostos para se ter uma educação condizente com a coletividade, e além disso, também é comum a tradicional “passada de mão na cabeça” dos filhos, que, sem olhar nos olhos um do outro, se satisfazem, cada qual com seu pensamento voltado para o estado de contemplação intrínseco e subjetivo. Pena que a maioria visualiza tal procedimento como de alto teor de reciprocidade, mas que na verdade, só faz perdurar em longo prazo, a questão de um desentendimento constante, quase imperceptível, promovido pela consciência fútil de pensar que foi um ato legal, que foi um gesto proveitoso e paternal. Foi sim, paternal, mas de um pai que se dirige ao filho como um coitado, visualizando-o como incompetente para ser tratado como pessoa hábil e capaz de reagir modestamente, de acordo com o reflexo do que é exposto pelo pai.
Passar a mão na cabeça dos filhos, procedimento conhecido de todos, gera perspectivas de problemas e transtornos advindos de uma falsa segurança que terão, e conforme sua adaptação ao falso tipo de proteção, irão se envolvendo cada vez mais no caminho do mal, com mau comportamento, em contra-proposta do que pensam e planejam os pais. É uma questão passiva de reflexão e de atitude, se for preciso mudar tal postura.
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