A criança não é responsável por se tornar um adulto de má índole. A criança tem que ser responsável pelos seus atos? Não é justo que ela seja responsabilizada por tudo, principalmente pela formação de seu caráter.
Segundo Piaget, que é uma das mais importantes referências no estudo do desenvolvimento e a aprendizagem humana, a criança na fase escolar encontra-se em uma situação de transição fundamental entre a ação e a operação, ou seja, entre aquilo que separa a criança do adulto. Além disso, é uma fase de preparação para o período operatório concreto, quando estará apta para as decisões, e precisa constituir uma estrutura intelectual rígida e complexa, tendo para isso, necessidade de suporte por parte dos pais.
Enquanto está na fase de transição, caracterizado pelo período em que está na pré-escola ou nos primeiros anos do ensino fundamental, são demarcados os processos de desenvolvimento, que Piaget chamou de pré-operatório. Traduzindo, quer dizer que nesta fase a criança está ainda num processo de assimilação e desenvolvimento dos raciocínios lógicos, portanto, não estando consciente das várias formas de ações possíveis que pode usar a seu favor, ou ainda, não condicionada às atitudes de decisão e conclusões lógicas.
As considerações que fizemos acima são de natureza analítica, ou seja, descrevem possíveis situações durante o desenvolvimento da criança num período em que são os pais que tomam as decisões e opinam pelos rumos a tomar, e com isso, passíveis de erros, comuns nos dias de hoje, em virtude de todos fatores que influenciam seus comportamentos.
Para se saírem bem no ensino das crianças (filhos) os pais precisam ser mais que simples ídolos. Precisam saber entrosar e fazer parte do mundo delas, se contextualizando constantemente e praticando atividades que chamem sua atenção. A prática de uma política de boa-vizinhança com as crianças sempre deu resultados positivos e faz com que elas se sintam mais seguras, protegidas, e, principalmente, sabedores de que podem contar com suas compreensões e apoios.
Nefasto, será o resultado se houver uso da prepotência e ignorância, abuso do poder e o uso de gestos agressivos durante esta fase da vida da criança, que irá assimilar de forma errada as formas de procedimentos que irá adotar no futuro como adultos. A fundamentação de uma boa relação entre pais e filhos (crianças) está na prática da orientação quanto ao significado e o sentido das coisas, pois eles sabem fazer as coisas, porém, não compreendem o sentido final de seus procedimentos. Lembre-se sempre que: "a palavra convence, mas o exemplo arrasta". Seus comentários e principalmente suas ações influenciam diretamente na vida de seus filhos.
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