A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

O celular em nossas vidas


                                                                       É um problema que não existia há alguns anos e hoje virou um dilema para os jovens digitalmente viciados.



            Já não há mais a diferença entre as escolas, quanto ao uso do celular em sala de aula, quando, antes, o uso era maior nas escolas com alunos pertencentes à classe social melhor, e era pouco esse uso nas escolas da periferia. No entanto, hoje essa diferença já não existe mais, pois os jovens, praticamente todos, possuem um celular. A diferença agora está nas características dos aparelhos: com dois ou mais chips, com ou sem wi-fi (internet), com processadores Android ou melhor, se tem bluetooth, se é touch screem, se armazena musicas em mp3, se tem bons jogos e agora, se já tem baixado o executável do whatsApp (Uatizápi) que é um sistema pelo qual se conversa, digitando ou falando, com qualquer pessoa sem ter que pagar nada.
           Muitos jovens são insaciáveis, habituados ou até viciados na tela dos celulares e não conseguem ficar nem um instante sem mexer nos teclados. Isso seria ótimo se essa constante interação com as outras pessoas e com os itens informativos da internet resultassem em conhecimento cultural. Entretanto, tudo que ocupa os jovens de dia e de noites nos celulares e computadores são informações e assuntos vazios, sem intelectualidade ou arte, e quando chegam a possuir tais qualidades, é uma quantidade mínima, insignificante. Mesmo os adultos ainda não conseguem utilizar nem cinquenta por cento do tempo no celular com coisas proveitosas pois entram no “facebook” e ficam horas olhando coisas que elas não precisam saber, entender ou memorizar – informações fúteis. Mensagens e mais mensagens, cada uma mais linda que a outra, mas simplesmente e puramente, mensagens que são lidas e descartados seus fundamentos ou objetivos.
            Os jovens, como alunos e dentro de sala de aula sempre buscam, ou, só ficam por conta de buscar uma oportunidade ou um meio de ligar seu celular para ver as atualizações que são constantes. Aí, dentre esses usuários compulsivos tem-se alguns que não resistem e fazem fotos ou filmes numa hora imprópria, num local proibido e sem autorização das pessoas envolvidas e colocam (postam) no mundo virtual a mercê dos compartilhamentos, das opções de “curtir” ou para ter interpretação errônea e contraditória e muitas vezes maliciosas.
            Existe um decreto lei sancionado pelo governo de Minas Gerais que define proibido o uso de celulares ou aparelhos de audição em salas de aula, teatros, cinemas e igrejas, mas, mesmo assim os jovens continuam insistindo no erro. Como o contexto da sala de aula é composto de elementos audiovisuais, torna-se inadmissível que um componente desse contexto fique concentrado na imagem-tela do celular ou que se isole sonoramente, colocando um fone de ouvido com músicas em volumes altos, tirando-lhe a condição de ouvir o que se passa em sala. Isto se reflete num isolamento, mesmo estando de corpo presente.
            Mesmo assim o jovem, pela sua índole ou pela sua irresponsabilidade, faz questão de usar o celular em lugares indevidos. Idem para os adultos e respeitando as exceções.

LIMITES JOVIAIS



Para o jovem a liberdade de um começa
 no meio da liberdade do outro.

      
            Tudo que envolve a geração “teen”, que significa jovem em inglês, na faixa de idade que se escreve em inglês com a terminação “teen”, iniciando no treze – thirteen e terminando no dezenove, niniteen, há uma incógnita no ar, pois eles nasceram numa época de muitas divergências, começando pela virada do século. São pessoas dotadas de conhecimentos que os levam a interagirem sem enxergar as possíveis lacunas ou desvios de comportamento resultado, justamente, desta falta de limitação que amplia demasiadamente seu campo de ação. Assim, gerações anteriores delegavam soluções aos mais velhos, enquanto os jovens de hoje têm que tomar frente, são obrigados a serem os protagonistas, ou, aqueles que fazem e decidem. Veja-se o caso: um jovem “teen” nunca procura ajuda com os mais velhos para resolver um problema no seu computador, ou no seu celular, isso porque ele sabe muito bem que ele é que tem um conhecimento mais apurado no assunto voltado para a informática, com poucas, ou raras exceções.
            Com relação à questão do relacionamento social esses jovens estão, infelizmente, desorientados porque os adultos que poderiam lhe dar apoio e orientação também estão estupefatos com tanta liberdade jovial que não conseguem combinar as ações das duas gerações, pois, a anterior, com muita rigidez e polidez se vê afrontada pela nova geração que age deliberadamente, sem a preocupação de acatar os limites impostos pelo respeito entre as pessoas, pelo amor mais profundo que não existe mais hoje, sem a confiabilidade entre os seres e sem aquela proximidade pessoal que se tornou virtual com a internet.
            A modernidade roubou tudo isso do jovem “teen” que tem que criar um novo estilo de vida, não aprendido ou assimilado pela forma tradicional, de pai para filho, mas agora, buscada nos fragmentos soltos de uma sociedade que demonstra estar próximo do caos, tendo como principal preocupação a segurança pública, ou seja, a violência social implantada por um processo que se tornou vitalício, que nunca irá se extinguir.