Tudo que o jovem precisa aprender ele encontrará com maior quantidade e qualidade dentro das salas de aula e nos pátios e corredores das escolas.
Se o
jovem quer ser um jovem bem sucedido, ele tem, obrigatoriamente, que optar em
frequentar uma escola, talvez não para aprender matérias de português ou
matemática, mas para aprender o necessário para apropriar-se de seu espaço na
sociedade. Por isso há e haverá sempre uma enorme discórdia com relação ao que
o jovem quer aprender e o que se quer ensiná-lo. Isso porque a mentalidade
jovial se difere, de um para o outro, de tal forma, que é impossível culminar
ou juntar todos os seus sonhos e ensejos num só método ou estratégia de ensino.
A própria cultura popular mostra que essa diversidade é tão grande que não dá
para ser colocada dentro de uma sala de aula, e nem dentro de uma escola.
O que
o jovem quer aprender é o que o instante cobra dele, é o que o momento lhe
impõe, é o que ele tem o interesse de saber para se sair bem “na fita”, nos
relacionamentos com a sua turma, no seu contexto de vida que se transforma a
cada segundo, e, independentemente de passado ou futuro, aprender o necessário
e útil para se sair bem no momento presente.
Para
o jovem o essencial está nos ensinamentos que o leve a superar sem traumas,
seus momentos perante o público, seu alvo, que são os outros jovens que vivem e
passam pelo mesmo período de dificuldades, dificuldades acentuadas pelo
instinto de competitividade. É o aprender a superar o medo da discriminação e
da exclusão impostas pela sociedade capitalista. O jovem quer muito aprender
como conviver com as disparidades, com as diferenças sociais, ou com sua
própria deficiência física, já que muitos, ou a maioria, se acha deficiente ou
insuficientemente dotado no quesito beleza, e quer aprender os temas e assuntos
que são discutidos pelo grupo de amigos
para conseguir sobressair nas conversas e se apresentar como um possível
líder.
Por
incrível que pareça, é justamente na escola onde o jovem aprende isso tudo que
transcende o ensino das matérias escolares, porque é na escola onde se tem um
relacionamento profundo com vários tipos de pessoas, com abordagem de assuntos
diversos e onde está a essência da juventude, a própria juventude compactada e
estendida, pura e misturada, com todos ingredientes para a formação de um jovem
bem sucedido.
Com
isso entende-se que o jovem, não generalizando é claro, só vai à escola para
aprender a conviver com as adversidades e ter novos relacionamentos, ter novos
e mais amigos, e que nesse contratempo são obrigados a “engolir” coisas
culturais, conhecimentos didáticos que para eles não tem serventia agora.
Sabe-se que não é bem assim, e que a finalidade principal da escola é ensinar
conhecimentos específicos de cada disciplina e não ensinar modos ou modelos de
relacionamentos entre jovens. Mas a escola acaba ensinando isso melhor do que
qualquer outro ambiente social, mesmo os especiais, como a própria família, de
onde o jovem não consegue tirar muita coisa que lhe interessa, porque o que lhe
interessa mesmo está nos grupos de amigos nas escolas.
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