Independentemente da forma e método que os pais escolhem para educar seus filhos, sempre vem em primeiro lugar a valorização do poder, do status e o sucesso financeiro, gerando sem que percebam, uma tortura ansiosa de insegurança e desequilíbrio no desenvolvimento dos filhos. Tanto os pais enxergam os filhos como instituições financeiras, planejando um futuro meramente material para eles, como eles consideram os pais como suportes financeiros para lhes comprar os vários objetos de desejo existentes no mercado.
Quem se mantem informado sabe muito bem que um dos maiores erros que os pais cometem na relação com os filhos está na preocupação visando o aspecto material. Os pais que não possuem muito tempo para seu filho, acabam tendo que compensar essa ausência através de presentes e recompensas materiais. Acham relevante ganhar um abraço do filho como agradecimento por ter ganho um presente, enquanto que, um abraço afetivo, em agradecimento e valorização de se ter um pai, às vezes, nunca acontece. Veja bem! Os pais também não estão valorizando “esse” relacionamento afetivo. Estão preocupados em direcionar o filho para os sucessos que ele próprio não conseguiu alcançar. Usam o filho para atingir e superar as dificuldades que eles não conseguiram superar, colocando o filho como uma continuidade de sua meta não superada.
Todo pai que adota um processo educativo valorizando e dando prioridade ao poder, status e sucesso financeiro, nunca terá um relacionamento forte, com sentimentos de admiração, carinho, amor e afeto, que são as verdadeiras bases da família e da sociedade.
Para adotar um sistema de educação, nunca se deve dar ênfase às questões quantitativas, mas sim às questões qualitativas, que levarão ao desenvolvimento de uma relação no tempo certo, normal, aflorando os sentimentos de ternura e segurança, que só podem nascer e surgir de uma educação consciente e prazerosa, com troca de afetividade dentre os membros da família. Um filho é único, é especial, individual, e nunca uma projeção dos pais, querendo que sejam clones avançados de si próprios, com cobranças que jamais deveriam acontecer.
O tipo de educação a adotar é importante porque influenciará até nas questões de relacionamento na escola e dentre os amigos, podendo deixar os filhos retraídos ou mesmo agressivos, com dificuldades de ajustamento social. Uma educação que não vise o aspecto pessoal e afetivo resulta obviamente em um desastre para a sociedade, para a coletividade. Infelizmente sentimos hoje os reflexos e desequilíbrios de um processo de educação implantado na maioria das famílias, que não deram importância ao contato humano, à individualidade, ao espírito coletivo, à auto-estima e afetividade familiar.
Lamentavelmente temos hoje uma nova geração de jovens rebeldes e insensíveis ao bom relacionamento (raras exceções), que têm seus sentimentos, corações e almas manipuladas pelos efeitos e defeitos da televisão, do celular, do computador e videogame, com apenas um interesse comum: posse e poder.
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