A Sociedade dos Jovens

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Educação é...

Leitura – problema chave na educação

A última pesquisa elaborada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), traçou o retrato da leitura no Brasil em 2001, registrando a leitura anual de 1,8 livro per capita no país. Como qualquer outra pesquisa, como no caso das eleitoreiras, aceitamos os dados de forma duvidosa. Analisando de forma caseira sabemos que o resultado apresentado, possivelmente, deva estar furado, ou pelo menos, não refletindo a realidade. Perguntar à população se já leu um livro este ano, pode-se ter uma resposta categórica “sim”. O certo, para se ter um resultado desse tipo de pesquisa no Brasil, seria dotar os livros de um dispositivo como nos sites da internet que contabilizam o número de visitantes. No caso do livro seria um dispositivo que registrasse a leitura quando o leitor lesse a última página.
Essas explanações são apenas para expor a indignação de se dizer que o brasileiro lê 1,8 livro por ano. Faça uma pesquisa ao seu redor, respeitando é claro, as diferenças de classes, e faça uma avaliação desse resultado.
Considerando-se as classes sociais notamos que, no caso dos leitores da classe social alta o índice é superior às outras classes, porém, ainda baixo se considerada a necessidade e os índices de outros países, porque os brasileiros mesmo tendo acesso a um grande manancial de livros, revistas e jornais, lêem muito pouco.
Quanto aos leitores da classe média, sabemos que o índice cai drasticamente, principalmente devido ao poder aquisitivo e a disponibilidade de tempo, pois esses precisam trabalhar mais para se manterem, e juntando os fatores tempo e dinheiro, fazem com que leiam quase nada.
Quanto aos leitores da classe social baixa, se é que existem, dispensa-se comentários, pois esses não lêem nada mesmo. E essa conclusão não é pessoal nem virtual. É realidade apontada através de pesquisas realizadas através do Ministério da Educação e Cultura que aponta por exemplo os dados: entre brasileiros ditos instruídos, 38 por cento lêem jornais apenas uma vez por semana, 41 por cento não escrevem e 37 por cento não lêem no trabalho. Quanto aos jovens, estudo da Unesco (2000) constatou que 80 por cento não lêem jornais, 62 por cento não lêem livros e 57 não lêem revistas.
Outro dado constatado nas pesquisas e conhecido de todos, é o fato dos brasileiros estarem direcionando quase toda sua atenção à “televisão”. Há mais de 40 milhões de lares com televisores, e grande maioria com mais de um aparelho, e não sabem mais ficar sem eles. Se a televisão estragar, logo a família da um jeito de consertar ou comprar outra. Já com relação às revistas, as pesquisas apontam que cada habitante compra somente dois exemplares por ano, sendo que nos Estados Unidos e França esse número pula para 30 e 47, respectivamente.
O que se percebe é que é imprescindível que os órgãos competentes se empenhem nos programas de fomento à leitura, como Biblioteca Escolar, Biblioteca do Professor e Casa da Leitura, que foram lançados em 2003, e que façam sair das gráficas milhões de livros comprados e que ainda não foram totalmente distribuídos.
Queiram ou não admitir, mas é na escola onde se lê mais, mesmo como parte do programa didático. Para o escritor Ziraldo, “é melhor ler do que escrever”, e ele mesmo explica o porquê: “estudar é imprescindível para a aprendizagem, mas o interesse de ler e compreender certamente vêm em primeiro lugar”. Ler, além de ser uma conquista de melhoramento do sujeito, também deveria ser um ato de prazer e não de imposição ou de obrigação.
Conclui-se com isso que, para fazer da leitura um hábito, é preciso que seja disponibilizada a ferramenta principal: o livro.

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