Durante os noticiários nas mídias de âmbito nacional tem-se destacado notícias sobre mortes absurdas, mortes de pessoas que não se justificam, como por exemplo, morrer por causa de um celular de só duzentos reais ou porque o assassino achou que uma adolescente zombou dele, ou ainda, nos casos mais chocantes, mortes decorrentes de "balas perdidas", quando morrem pessoas indefesas.
Acontece que hoje se morre sem saber o porquê, como em muitos casos ocorridos nos Estados Unidos, como aconteceu hoje, que uma pessoa entrou em um restaurante e, aleatoriamente, matou doze pessoas, ou num acidente de ônibus lá na Índia com mais de 40 mortes, ou mesmo, nos acidentes nas rodovias que cortam nosso estado, que apresentou mais de uma dezena de mortes só nesse feriado de finados, ou ainda, uma simples e única morte, de um desconhecido, sem documentos e sem nome, encontrado morto num galpão da rodovia 265 aqui em Lavras.
São muitas as situações que envolvem mortes sem reconhecimentos, sem motivação explícita que possa, pelo menos, amenizar a tristeza e o sofrimento, isso levando as pessoas a analisarem de forma mais fria e consciente, a questão relacionada com o "valor de uma vida", independentemente de cor, classe social, tamanho, idade ou sexo. A questão é que a "vida" está sendo, absurdamente, negociada por um valor ínfimo, medíocre e insensato, pois, mesmo para quem prega o ateísmo, mesmo assim, a vida tem o seu valor, e esse valor nunca deverá ser negociado, é um valor pessoal, individual, próprio de quem a tem, e ninguém pode ultrapassar as barreiras da invulnerabilidade do ser, já que, nem mesmo de um animal, deve-se extrair ou burlar esse direito, o direito da vida.
Não basta raciocinar pensando em "vida" de forma generalizada, como um direito de todos, mas também como um direito supremo, de quem a fomentou e criou. Entra nesse contexto de proibição, até mesmo tirar a vida que é a sua vida. Ninguém tem o direito de tirar sua vida. Nem mesmo você, que a vive em plenitude, como um servo dela, como um senhor dela, como um ser que apresenta em suas entranhas, esse dom de "Deus".
A vida é uma dádiva, para ser usufruída enquanto o ser a tiver em seu poder, sem rompê-la, de forma brusca, fora de seu tempo.