O novo ano que todos querem, precisaria nascer de novo, sem ligação
umbilical e sem vínculo com o sangue que corre nas veias dos velhos anos.
Não é
relevante tratar um ano que irá iniciar-se como sendo um ano novo, pois que,
ele não é novo, mas sim uma renovação do ano que se finda, considerando que
algo sendo novo é, portanto, algo desconhecido. Porém, este ano que se
aproxima, o ano de 2017, todos já o preveem, ou pelo menos, já sabem o bastante
sobre sua trajetória, sua quantidade de meses, de dias e até de horas. Mas o
conhecimento sobre esse novo ano vai além das prerrogativas implícitas,
virtuais e irreais, porque se tem uma prévia determinação das coisas que
comporão esse período que se inicia agora no dia primeiro de janeiro. Não é
preciso de cartomancia nem de mágica para se decifrar os enigmas e desfechos
que 2017 prepara, principalmente adotando medidas de bom senso para concluir as
previsões que são carregadas de bons fluídos e também de fluídos ruins. São os
destinos traçados pela sorte e pelo azar, definidos pelas posturas das pessoas em
decorrência de suas virtudes de agir com bom caráter ou de demonstrar más
qualidades em decorrência de uma personalidade fraca ou resultado de um
comportamento inadequado para consigo mesmo.
Novo, seria
se o próximo ano pudesse definir de forma geral o caráter e personalidade de
todas as pessoas afim de se estabelecer uma nova sociedade, baseada não em
alguma religião ou numa política qualquer, mas numa sociedade onde todos,
englobando, mesmo, a todos, pudesse superar o mal do século, que é o “egoísmo”
envolto de invejas, ambições, iniquidades, desavenças, improbidades,
desigualdades, individualidade e, talvez o sentimento mais trágico e causador
de todos esses males sociais, que é a “impunidade”.
O que
poderia realmente propiciar chamar 2017 de novo, seria ele vir cheio de
oportunidades e chances para que se pudesse agir e reagir em favor de uma
realidade menos promíscua e incensurável. Que gerasse novos meios de um ser
humano se safar da pobreza, da fome, da seca e da injustiça social que trata a
todos com indiferença e discriminação, e pior, até agora em 2016, se dizendo
ser uma sociedade que luta pela desigualdade, que luta contra o preconceito e
que vê todos esses problemas diminuindo, ao passo que os números das pesquisas
e registros de apurações dão conta de que o que está havendo é o contrário. Já
não bastasse a própria sociedade se descuidar de si própria, deixando seus integrantes
à deriva, está ela deflagrando a destruição do seu próprio habitat, detonando o
meio ambiente e congestionando os caminhos naturais do processo que chamam de
“auto sustentabilidade”, como se estivesse causando uma “trombose” nas
principais veias do planeta.
O novo ano
teria que ser diferentemente restaurador e gerador de novas medidas de
contenção da infâmia, dos abusos seculares do poder, da impossibilidade de
prosperidade de muitos injustiçados pela sociedade e também gerador de medidas
de contenção para a impunidade. E para isso, seria necessário nascer um novo
ano, sem o continuísmo dos anos passados, um novo ano voltado para uma crença
edificadora e construtiva a tal ponto, que a sociedade se transformasse em um
“conjunto de pessoas”, todas com as mesmas condições de sobrevivência e com as
mesmas chances de evoluírem.
Mesmo que
de forma utópica, mas é o ano que todos gostariam de ver nascer em primeiro de
janeiro, de todos os janeiros, para todas as pessoas, para todas gerações, para
todas raças, para todos credos, menos para o estilo de governança que atua em
todos os países. Que 2017 surja de forma cruel para os vilões, para os
corruptos políticos e sociais, transformando suas mentes e apagando suas
maliciosas vontades, tornando-os então, promovedores dessa nova sociedade que se
almeja ter e ser.