A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

A valorização da cor negra

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.

A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).

Algumas entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.

Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.

O dia é celebrado desde a década de 1960, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos e ajuda na conscientização dos negros, para que se livrem de todo preconceito a si mesmos, e para que os brancos não os tratem diferente, menosprezando-os.

Depoimento: valor da família para os jovens

É bem normal nos dias de hoje depararmos com informações sobre o uso de drogas, que, infelizmente, já não nos deixa tão chocados como acontecia antes. É que o problema já se alastrou e é visto e conhecido de todos com normalidade.

Passando as páginas virtuais na internet nos sentimos perplexos em ver depoimentos com participação de vários jovens, mas nesse caso, os depoimentos eram contando de como deixaram o mundo das drogas, como conseguiram se livrar do vício, e se constatou que, para cada caso, houve um detalhe em destaque. Os motivos de se livrar do vício, para a grande maioria, foram três os principais: a pressão da família, a presença e chamado de Jesus e o temor e medo da morte.

A presença marcante da família é o principal suporte para que um viciado se recupere e possa, de forma consciente, conviver com as sequelas da antiga vida, das lembranças, e principalmente, das pessoas com quem mantinha relacionamento. É preciso que o ex-viciado esteja dominando bem suas atitudes no novo modelo de vida que está levando, reparando aos poucos os costumes, manias e condições de vida que tinha antes, para se tornar um cidadão convicto de fazer parte de uma sociedade, de uma comunidade, de uma família.

Como tantos jovens pobres e sem alternativa profissional, Ronaldo (pseudônimo) começou no tráfico ainda na adolescência, aos 16 anos. Isto porque começou a frequentar uma turminha, uns três colegas, que pareciam inocentes, mas que o levou a criar o hábito e se viciar em cocaína, isso depois de já conhecer a maconha. Traficando era sua forma de alimentar o vício, pois ganhava em média, duzentos e cinqüenta reais por semana, dinheiro que sumia, consumido em papelotes. Houve ocasiões em que cheirou o salário inteiro da semana em apenas uma hora.

“Deixei o tráfico porque ia entrar pelo cano”, conta Ronaldo, ciente da existência de vários motivos que lhe dava plena e total certeza de que seria morto um dia, ou pelos traficantes ou pelas drogas. No dia em que tomou a decisão e foi conversar com o chefe da boca (distribuidor), ouviu uma resposta curta e grossa. “Ele falou que ficava contente. Que eu seria um a menos que ele teria que matar. É que de tanto cheirar, eu andava vacilando”, lembrou o chefão da boca. Ronaldo contou ainda que nessa fase que traficava, amigo não existia, pois os próprios amigos armavam ciladas para lhe pegar o ponto de venda e os fregueses, e que já acordava de manhã com um canudo na mão para cheirar cocaína e um baseado na orelha para fumar. Declarou que, mesmo no meio de tanta violência existia o lado sedutor: “tinha meninas a toda hora”.

Relatando sua vida para um grupo de jovens numa reunião de bairro, Ronaldo, emocionado, expressou sua vontade de ajudar a quem está envolvido no tráfico e uso de drogas, e afirmou novamente a necessidade do apoio e da pressão da família, pois sem essa “pressão” é difícil para o viciado tomar a atitude de se afastar dos amigos e das loucuras proporcionadas pela delinquência e irresponsabilidade. A família é fundamental e tem o papel de colocar na cabeça desses jovens, a necessidade da presença de cristo e o temor por uma morte prematuramente provocada.

A família é que detém o poder e a facilidade de impor “limites” aos seus. Se a família falha, ela confirma o destino fatídico do jovem, que ficará sem apoio, sem forças e sem rumos.