A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

Escola e Polícia - Juntos

A escola já não possui mais autoridade e competência para dominar situações promovidas por certos tipos de alunos, e por isso, recorre à polícia.

Jornais e televisão exibem constantemente reportagens mostrando que as escolas estão tendo sérios problemas quanto ao relacionamento professor/aluno, que vêm sendo observados através de registros policiais, porque alunos estão praticando atos de agressividade contra os professores, e isto é uma realidade de âmbito geral, estando acontecendo nas escolas do mundo todo e também nos lares, com registro de muitas ocorrências de agressividade por parte de filhos contra pais, e lógico, também inversamente.

Também pela televisão, são exibidos programas especiais sobre o escritor Paulo Freire, que deixou como legado, uma vasta literatura instrutiva de como ensinar/alfabetizar crianças e adultos, em projetos que foram efetivamente colocados em prática no nordeste brasileiro, com êxito, quando foram alfabetizados trezentos alunos em apenas quarenta e cinco dias.

Vejam bem que são duas questões, que, com o passar do tempo se tornam, inevitavelmente, em premissas. Isso porque, se tratando das teorias pedagógicas de Freire, vemos que a prática de seus projetos aplicados hoje nas escolas periféricas das capitais, ou mesmo no interior, infelizmente não teria êxito, porque existe uma coisa que é primordial para se conseguir ensinar e aprender. É o interesse, ou objetivo, que nada mais é que o próprio impulso e estímulo para almejar o conhecimento e a sabedoria. Hoje não existe este “interesse” por parte dos alunos – com exceções, é claro – que os levam a ir à escola, se manterem sentados, cuidadosos com seus materiais escolares e atentos à fala dos professores e à escrita exposta na lousa. Apesar de Paulo Freire ser atual, contextualizado e moderno, sua experiência leva a ensinar pessoas simples, moradores de lugares ermos, aonde esse “interesse” chega a ser grande, a ser importante e supostamente dominador das mentes, no sentido de se preocuparem em estudar, em aprender, em não ser mais um analfabeto, um escravo dos didatas.

Voltando aos alunos agressivos tem-se que considerar também, além da agressividade física, a agressividade comportamental, que mesmo amortizadas por teorias, devem ser verificadas e classificadas. Trata-se da agressividade dos alunos contra as normas, regras, conceitos e preceitos estipulados para se desenvolver um ambiente escolar. Os alunos agridem também o professor quando o interpelam durante as aulas usando de termos e ações desrespeitosas, intimidadoras e constrangedoras. Fazem questão de usarem seus mp3 com fone de ouvido, realizarem ligações telefônicas pelos celulares, além de em muitos casos, não escreverem nada e ainda atrapalharem colegas que estão interessados em aprender. Muitos alunos atrevidos e irresponsáveis costumam desafiar os professores, insultando-os, enquanto que o professor tem que aguentar e suportar a pressão, para não ter que usar o próprio apagador – sua ferramenta de trabalho – como arma.

Sobre as reportagens na televisão, as escolas estão agora tendo que recorrer à ajuda da polícia para dominar esses maus alunos, enquanto o projeto de Freire roda o mundo e tenta, pelo menos com os interessados, realizar a tarefa de ensinar, para que possam melhorar de vida, para que possam ser cidadãos...

Perda do autocontrole - fraqueza - tristeza

É triste demais quando uma pessoa
não tem domínio sobre o
autocontrole e deixa-se levar
pelas drogas.

Infelizmente estamos atravessando hoje uma etapa duríssima para o ensino e para os professores, sem mencionar os problemas decorrentes de lutas de classe. Trata-se do indiscriminado uso de drogas pelos estudantes.
Por vezes a sociedade tem à frente os problemas envolvendo o uso da droga denominada “Crack”, que parece, vem sendo usada por grande número de jovens estudantes, causando muito descontentamento para a família e para os próprios colegas amigos que vêem o viciado roubar para aliviar o terrível desejo de cheirar essa droga.
O Crack é composto pelo pó da cocaína (cloridrato de cocaína), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em pequeninos grãos que são queimados, sendo inalada sua fumaça. O crack é mais barato que a cocaína, porém seu efeito é muito rápido, e exige que o usuário cheire mais vezes.
Com isso os viciados precisam dispor de muito dinheiro para a compra da droga, e como muitos deles, pertencentes à classe média-baixa, não possuem o dinheiro suficiente, então são obrigados a roubar. Começam por vender tudo de valor que conseguem em suas casas, levando a família ao desespero, sem saber como solucionar um problema tão grave, pois, após dispor de tudo que puder em casa, o viciado começa a roubar em outros locais. Este fato ligado ao grande aumento de furtos e pequenos roubos justifica cobrança à sociedade de uma postura de maior vigilância, de maior participação na educação dos jovens, principalmente como prevenção, para se evitar que esse mal se alastre com tanta velocidade como está.
Nas escolas, mesmo aqui do interior, já se verificam muitas ocorrências com alunos envolvidos com o uso do Crack. Os pais já desolados e sem condições de dominar os filhos drogados estão procurando as escolas para conseguir ajuda, apoio e orientações, porém, até mesmo a escola está despreparada para combater essa nova “peste” que assola todos os meios sociais, alterando o caráter comportamental de milhões de jovens.
São muitos os efeitos que traduzem características que possam ser focadas para se conhecer e saber se uma pessoa está fazendo uso do Crack: o primeiro e principal sinal e a sua constante procura por dinheiro para comprar a droga. A pessoa irá sempre pedir dinheiro aos pais, que após não satisfazer, irão roubar e vender todos pertences de valor que puder. Além disso pode se notar num usuário do Crack a aceleração dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, suor intenso e tremor muscular, além de uma indiferença à dor e ao cansaço.
Portanto é importante que fiquem todos pais atentos ao comportamento dos filhos, pois o vício do Crack é adquirido em poucas vezes de uso, mas para ser eliminado, são gastos meses de trabalho, acompanhamento e forte tratamento com especialistas. A prevenção deve ter início no lar, em casa, pois na escola, os jovens estão disponíveis para o aprendizado, para o ensino pedagógico. Disciplina e educação comportamental são tarefas dos pais, e não da escola. Portanto, que não se cobre da escola a solução para o problema de combate ao uso de drogas, pois ela poderá tão somente e apenas, ajudar.