A Sociedade dos Jovens

A Sociedade dos Jovens

Conflito: Liberalismo e autoritarismo

Há alguns anos a relação entre pais e filhos era baseada mais no autoritarismo, e hoje vemos uma situação diferente, onde, radicalmente, reina o permissível, o liberal, ou seja, o filho pode fazer tudo. É lógico que nesse novo conceito de educar, como no modo antigo, as relações entre pais e filhos partem umas para o lado bom, outras para o lado mal, quando pode-se ter filhos criados liberalmente e que atinjam uma maturidade correta dentro dos preceitos éticos da sociedade, enquanto pode-se ao contrário, ter filhos desvairados, com mau comportamento.
Pelo menos no sistema antigo, dentro de um certo autoritarismo, havia valores muito importantes, como o respeito, quando as crianças eram mais formais e veneravam seus pais, e com isso obedeciam as ordens e podiam ser guiadas por um caminho melhor, apenas com um olhar.
Com esta mudança, hoje são todos os pais, bobos e inseguros, pois deixaram cair as fronteiras da hierarquia e ficaram desguarnecidos da posição de mentor e orientador. Os pais bons de hoje são aqueles que conseguem se dar melhor com os filhos, e para isso, fazem de tudo, atendendo seus gostos e desejos sem limites. Hoje não são os filhos que têm de respeitar os pais, mas os pais que têm de respeitar os filhos, pois, se não respeitarem suas idéias, suas preferências, suas formas de agir e viver, eles reclamam e tornan-se rebeldes. Agora são os filhos que exigem respeito dos pais, sem reverem o outro lado da moeda e os pais têm que patrocinar todas suas necessidades e vaidades.
Infelizmente a geração de pais hoje é a primeira em tudo, e tem suas peculiaridades: aboliu o sistema de educação do passado para ser pais modernos, mais dedicados e compreensivos, e com isso, serem também os primeiros de uma geração de pais controlados pelos filhos, que são mais espertos, ousados e agressivos. É também a última geração de filhos que obedeciam aos pais, e a primeira que passa a acatar ordens dos filhos. Os últimos que foram educados sem necessidade de ter algo em troca e os primeiros que vivem sob os caprichos de negociar com os filhos. É ainda, a primeira geração de pais que aceitam, sem às vezes terem saída, que os filhos lhes faltem com o respeito, tendo que achar isso normal.
Enquanto a criação com autoritarismo geminava o medo e respeito dos filhos em relação aos pais, a nova situação promove nos filhos outro sentimento de medo, medo que é proveniente do sentimento de menosprezo aos pais e por perceberem como são eles tão frágeis e inseguros. O detalhe é que eles, os filhos, não querem ser assim, frágeis e inseguros, como seus pais.
Sabe-se que ambas tendências têm seus pontos positivos e negativos, porém sabemos que o “autoritarismo” implanta normas e regras, enquanto o “liberalismo” expande todos limites que poderiam servir de controle e amenização da situação caótica vivenciada pelas crianças e jovens.
É preciso que os pais ajam firmes, de forma respeitosa, fazendo com que o filho confie em sua idoneidade, segurança, e o deixe ir à frente, pois, o papel dos pais é ir à frente, orientando o filho, e não atrás, acatando suas vontades, aparando suas arestas negativas. Sem limites, não há retorno para os bons sentimentos, que são camufladamente trocados por outros, em prol da satisfação banal de egos mal formados.